domingo, 23 de julho de 2017

CONHEÇA O INSTITUTO CULTURAL CASA DO BÉRADÊRO EM CATOLÉ DO ROCHA

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O Instituto Cultural Casa do Béradêro, sediado em Catolé do Rocha, Sertão da Paraíba, é uma associação não governamental sem fins lucrativos, de Utilidade Pública Municipal e Estadual, criada no ano de 2001 pelo cantor e compositor Chico César e sua primeira professora de música, a Irmã Iracy Barboza de Almeida.

Atendendo às zonas urbana e rural, o instituto prioriza o acesso de participantes com idades entre 06 e 21 anos, em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Com resultados comprovadamente eficazes, o Béradêro tem promovido a democratização do acesso à cultura, à educação complementar , à qualificação profissional e ao desenvolvimento da cidadania de centenas de crianças, adolescentes e jovens paraibanos, tornando-os protagonistas sociais, empoderando-os como indivíduos e cidadãos conscientes e capazes de transformar a sociedade.

Para a realização de todas as suas atividades, a sede do instituto mantém uma estrutura física constituída por 01 atelier de lutieria, 01 estúdio de gravações e ensaios, 01 sala de oficina de reciclagem de papel, 06 salas de aula, 01 laboratório de informática, 01 auditório e 01 biblioteca, além de todos os equipamentos eletrônicos e instrumentos musicais. Contudo, atividades fora do Instituto são comuns, como oficinas de iniciação musical e de reciclagem, com estudantes de escolas públicas municipais, e apresentações da Camerata para moradores da cidade, invariavelmente em espaços públicos, aos quais toda a população da cidade e demais visitantes tenham acesso.

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NOSSA HISTÓRIA

No ano de 1995, a irmã Iracy Barboza de Almeida – primeira professora de música de Chico César – resolveu pôr em prática uma idéia: integrar os alunos das diversas escolas de Catolé do Rocha, descobrir jovens talentos para a música e resgatar a autoestima de crianças e adolescentes. 

Assim, iniciou sua jornada por 17 escolas da cidade, públicas e particulares, fazendo uma sondagem de interesse e identificando os talentos entre os alunos da 2ª a 4ª séries primárias.

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Foram escutadas mais de 1.200 crianças, todas cantando “Atirei o Pau no Gato”, canção que, além de ser do conhecimento de todos, possui dificuldades técnicas ideais para avaliar a aptidão musical dos pequenos cantores. Contudo, nem todas as crianças que gostariam de participar do projeto mostraram afinação vocal – para estas a Irmã solicitava que batessem palma, buscando avaliar sua capacidade rítmica.

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Do total de avaliados, 200 crianças compareceram ao primeiro encontro no Colégio Francisca Mendes, da congregação das irmãs franciscanas de Dillingen, a qual a irmã Iracy pertence. Foram formados subgrupos de acordo com as séries, mas com o cuidado de se mesclar crianças de diferentes escolas para promover a integração e intercâmbio entre elas. O nome original seria “Gente que Canta”, mas como nem todas as crianças cantavam, o projeto foi depois rebatizado de “Gente que Encanta”. Pouco a pouco, o grupo foi trabalhando um repertório de canto e flauta, próprio para pequenas apresentações. Após quatro meses de trabalho aconteceu a estreia do Projeto. As crianças descobriram que podiam fazer coisas bonitas, agradáveis aos outros, aumentando a autoestima. Seguiram-se apresentações em escolas de Catolé do Rocha e quando a escola não oferecia espaço o grupo de crianças era convidado a se apresentar num auditório ou nas igrejas. Para as festividades do Natal de 1995, foi preparado um repertório de músicas natalinas que nos anos seguintes foi enriquecido com novos cantos e um pouco de teatro.

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O êxito das turmas dos primeiros anos levou å ampliação dos cursos e em 2000, somando-se às aulas de flauta doce, foram introduzidos os cursos de violino e de flauta transversal. Para isso, irmã Iracy ganhou reforços na sua equipe: dois jovens monitores da Escola de Música do Ancuri – Fortaleza – CE viajavam semanalmente de Fortaleza a Catolé para dar aulas. Esta ação pôde ser viabilizada com as despesas de deslocamento pagas com apoio da Prefeitura Municipal de Catolé do Rocha durante o período do ano 2000 até 2004. Para a definição dos cursos a serem ministrados no Instituto foi feita uma pesquisa entre 365 alunos de 1º e 2º graus de 13 escolas do município de Catolé do Rocha, o que deu maior sustentabilidade à escolha dos cursos escolhidos.

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Além da formação da “Orquestra ‘Gente que encanta”, foram realizadas oficinas de gravura e literatura de cordel para as crianças e adolescentes da região. O curso foi ministrado pela artista plástica Yili Maria Rojas, colombiana que mora no Brasil e faz especialização de gravura na Kustakademie em Stuttgart (Alemanha). Também foram realizadas duas outras oficinas: uma de tecelagem para adultos e outra de formação para professores, líderes comunitários, e pessoas interessadas em manter este trabalho na cidade. A Prefeitura Municipal, através das secretarias de Educação e Cultura, apoiou o projeto, além de ajudar nos custos cedeu um Ciac para a realização destas novas oficinas.

 

Em 2001 o projeto torna-se finalmente organização não-governamental. Neste ano, Chico César uniu forças com a irmã Iracy para transformar o Projeto Gente Que Encanta no Instituto Cultural Casa do Béradêro. Para isso, procurou, consultou e envolveu pessoas ligadas ao terceiro setor do país e de fora dele, tendo como uma de suas principais colaboradores a então coordenadora executiva do Instituto Ayrton Senna, Cenise Monte Vicente.

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Foi decisiva para a consolidação das ações do Instituto a seção por comodato de um prédio por Dr Antônio Benjamin (reconhecido médico da região) e sua família para que aí viesse a ser instalada sua sede. Em seguida o prédio foi doado com escritura de terra e passou a ser de propriedade do Instituto Cultural Casa do Béradêro. A construção, destinada originalmente para abrigar uma clínica médica, passou por uma vigorosa reforma coordenada pela arquiteta Cristina Evelise para adaptar-se a sua nova utilização.

A partir de 25 de junho de 2009 , com o patrocínio da Petrobras através da seleção do projeto pelo Programa Desenvolvimento e Cidadania, o Instituto tem alavancado suas iniciativas;
estruturado setores que sofriam deficiências e implantado ações que lhes eram necessárias para o seu crescimento e para a profissionalização da gestão. Professores do Curso de Música da Universidade Federal da Paraíba iniciaram um trabalho consistente de reciclagem e aprimoramento da metodologia de ensino junto aos monitores do curso de música do instituto; foram agregados novos profissionais com vasta experiência nas áreas sócio-educacional e cultural; diversas novas ações foram multiplicadas e o Instituto aumentou sua capacidade de atendimento: enquanto que antes do patrocínio, atendia a 173 alunos, após o apoio da Petrobras, pôde elevar para 1.293 o número de participantes nos seus primeiros três anos de funcionamento e em seu quinto ano de atividades há haviam sido contempladas 2.000 crianças, adolescentes e jovens, com todas as suas atividades.

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