O filme “O Salário da
Morte”, um clássico da cinematografia nordestina, rodado na cidade de
Pombal no ano de 1970 será exibido e debatido no auditório as
FAFIC/UERN.
A data foi definida para o
dia 16 de outubro no ensejo do Projeto de Extensão CineSofia, coordenado
pelo Prof. Dr. Ramos Neves, do Departamento de Filosofia da instituição
de ensino superior.
Dentro da programação, será
exibido ainda a documentário “Lição de Fogo”: A aventura do primeiro
longa-metragem paraibano de ficção, trabalho de conclusão de curso da
jornalista pombalense Larissa Claro.
O Salário da Morte é um
filme dirigido pelo cineasta paraibano Linduarte Noronha. Trata-se do
primeiro longa-metragem de ficção produzido na Paraíba, na cidade de
Pombal, em 1970. Teve sua montagem assinada por João Ramiro Mello.
Baseado no conto "Fogo", de
José Bezerra Filho, o roteiro foi escrito por Linduarte Noronha,
Antônio Barreto e Neto Jurandir Moura.
Aclamado pela crítica e
vencedor do prêmio Manuel Antônio de Almeida, promovido pela Secretaria
de Educação do Estado da Guanabara, o romance Fogo! (1970) é tipicamente
nordestino.
HISTÓRIA
Reflete um ambiente
sertanejo onde ainda impera a figura truculenta do coronel da roça,
senhor inquestionável dos bens e da vida dos seus subordinados.
A trama central da história
gira em torno da pistolagem de aluguel e dos assassinatos que vão sendo
cometidos para satisfazer os interesses dos seus mandatários.
Essa modalidade de crime,
consagrada no meio rural, é uma herança do coronelismo - fenômeno
decorrente do desdobramento da Guarda Nacional criada durante o Império,
quando foram conferidos poderes de policiamento às oligarquias
regionais.
Trata-se de um recurso
utilizado geralmente para resolver litígios relacionados a questões de
terras que não podem ser enfrentados pela via legal, como disputas
políticas, desafetos pessoais e afetivos, desentendimentos com a
vizinhança ou dívidas pessoais.
O chefe político do lugar é
morto a tiros por um pistoleiro profissional e a cidade, localizada no
sertão nordestino, passa a viver em clima de apreensão. Para solucionar o
crime, um juiz é enviado da capital, a fim de realizar o inquérito, e
também é assassinado.
A história, porém, é centrada no drama de uma família pobre que se torna refém de elementos ligados ao Sindicato do Crime.
Joaquim Pedro e Dona
Severina pressentem o perigo que paira sobre a sua família, mas por
estarem endividados, cedem ao pedido de Vicente Pitanga, chefe da
criminalidade e mandante do assassinato do seu rival Chico Gregório,
para acobertar o pistoleiro em sua casa. Gedeão e Joaninha, os seus
filhos, participam atônitos à evolução do drama.
A fim de evitar que o
pistoleiro conte sobre o assassinato, Vicente Gedeão manda matá-lo e
também a Joaquim Pedro e Gedeão, que haviam sido presos para prestar
esclarecimentos sobre o pistoleiro.
Ao final, Joel, o filho
mais velho de Joaquim Pedro, chega à cidade após passar um longo período
dirigindo o seu caminhão pelas estradas.
O personagem invisível, mas
sempre presente, desde o início da história, é a organização Sindicato
do Crime: a sua onipresença na localidade direciona as ações principais
em que os personagens se envolvem, distribuindo pavor entre a população e
alçando à condição de protagonista do filme.
Marcelino Neto
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